Comentário sobre a
Lenda
Construir os pilares para
a produção cultural é um dos grandes papéis do bibliotecário
para a inserção participativa da comunidade neste âmbito,
possuindo ferramentas e fontes de informação variadas para a
colaboração e consolidação no desenvolvimento das práticas
culturais.
Pensando nisso,
reproduzimos a lenda de forma que o público possa se divertir, se
entreter enquanto aprendem, conhecendo e resgatando um conto muitas
vezes até desconhecido por gerações mais novas. Além disso, ao
expor o teatro de sombras no blog, proporciona a participação do
público não só local, pois atravessa as barreiras estruturais.
Importante ressaltar, que
a produção cultural está muitas vezes ligada a criação
artística, nesse aspecto insere-se e caracteriza-se o gestor
cultural a partir da sua colaboração nas práticas culturais, além
de acrescentá-lo aprendizado e experiência na estruturação do seu
perfil profissional (CUNHA, 2007, p. 3-4).
Cunha (2007, p. 7)
acrescenta os requisitos necessários para ser um gestor cultural
preparado:
[...] para além de ser
um profissional estratégico, ele tem que dominar o processo de
desenvolvimento da gestão cultural, definindo programas, políticas
e conceitos, tanto de projetos ou de instituições culturais,
públicas ou privada, ou seja, quanto à capacidade específica de
atuação do gestor cultural. Esse profissional tem que ter
habilidades que possam agregar os demais parceiros de trabalho.
Outro campo que pode ser
preenchido é o de empreendedor cultural, capaz de captar e combinar
recursos para a realização da ação cultural elementos tão
relevantes para a mobilização do processo produtivo (BYGRAVE, 1989
apud LIMEIRA, 2008, p. 6).
As políticas públicas
na área cultural ajudam a formular o caráter estratégico dos
projetos culturais, devendo conter itens como: objetivos, programa de
ações a serem desenvolvidas ou implantadas, os recursos (materiais,
humanos, financeiros, legais), definição do público alvo (RUBIM,
2007a apud COSTA, 2008, p. 6).
Para nós profissionais
da informação, o projeto nos possibilita visualizar e executar a
parte dinâmica e menos tecnicista do trabalho. Nos aproxima mais do
nosso público, torna-se a parte em que também aprendemos ensinando,
sendo uma troca infinita.
Rosa (2009, p. 373),
reforça o papel das unidades de informação em
apresenta[r] um novo
papel na sociedade, inclusive educacional, não podendo ficar mais
isolada e estática, e sim, trabalhar no desenvolvimento de ambientes
que promovam a capacidade do usuário no acesso a informação e
produção de novos conhecimentos.
Ação cultural
possibilita não apenas a expressão da arte, ela traz consigo a
mudança social, estimula a criatividade, conhecimento, preservação
da memória, entretenimento. Em face de sua importância, Limeira
(2008, p. 2-3) descreve a reivindicações em relação ao papel
desempenhado pelas práticas culturais:
assim, a área cultural
passou a argumentar que poderia ajudar a resolver problemas sociais
como os da educação, bem como abrandar as hostilidades
raciais,ajudar a reverter a deterioração urbana com o turismo
cultural, criar empregos e diminuir a criminalidade.
Teixeira Coelho (1989, p.
16) nos diz com toda a sua propriedade sobre essa área, de que a
vitalidade da ação cultural é a “operação com os princípios
da prática da arte, fundados no pensamento divergente” fazendo
alusão ao “princípio do diagrama poético” em que se aproveita
para o processo tudo que lhe interessar, surge de qualquer lugar, na
hora que convier, seguida de justificativas claras, movida pela
vontade da possibilidade da concretização. “É esse tipo de
pensamento e essa modalidade de prática, em parte privilegiada pela
ciência mais criativa, que permite o ‘movimento’ de mentes e
corpos tão privilegiado pela ação cultural”.
E encerro com o a frase
de Paulo Reglus Neves Freire, considerado grande filósofo e educador
influenciador da pedagogia crítica, em que se incentiva a construção
do próprio conhecimento a partir da dialética, sem se preocupar em
se repassar conceitos prontos: “Ensinar não é transferir
conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria
produção ou a sua construção”. (Paulo Freire)
Referências
COELHO, Teixeira. O
que é ação cultural. São Paulo: Brasiliense, 1989. 94 p.
COSTA, Leonardo
Figueiredo. Uma reflexão sobre as políticas públicas e a questão
da formação na área cultural. In: Encontro de Estudos
Multidisciplinares em Cultura - ENECULT, 4., Salvador, BA, Anais
eletrônicos. Salvador, BA: UFBA, 2008. Disponível em:
<http://www.cult.ufba.br/enecult2008/14567.pdf>. Acesso em: 28
de out. de 2012.
CUNHA, Maria Helena.
Gestão cultural: construindo uma identidade profissional. In:
Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura – ENECULT. , 3.,
2007, Salvador, BA, Anais eletrônicos. Salvador, BA: UFBA,
2007. Disponível em:
<http://www.cult.ufba.br/enecult2007/MariaHelenaCunha.pdf>.
Acesso em: 28 de out. de 2012.
LIMEIRA, Tânia Maria
Vidigal. Empreendedor cultural: perfil e formação profissional. In:
Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura - ENECULT, 4.,
Salvador, BA, Anais eletrônicos. Salvador, BA: UFBA, 2008.
Disponível em: <http://www.cult.ufba.br/enecult2008/14310.pdf>.
Acesso em: 28 de out. de 2012.
ROSA, Anelise Jesus Silva
da. A prática de ação cultural em bibliotecas . Revista ACB:
Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v.14, n.2,
372-381, 2009. Disponível em:
<http://revista.acbsc.org.br/index.php/racb/article/view/675>.
Acesso em: 28 out. 2012
Aluna: Akemi Mitsuko
7º Período de Biblioteconomia - UFES
Disciplina: Ação Cultural
Professora: Meri Nadia